quarta-feira, 25 de junho de 2008

«E tudo isto fora o que a arte deve ser: insconsciente, ideal, distante. Um dia, um dia que por vezes considero fatal, decidi pintar de si um retrato maravilhoso, tal como você era de verdade, não com as roupas de épocas mortas, mas sim com o fato do seu tempo. Se foi o realismo do processo ou a simples maravilha da sua personalidade que me aparecia directamente, sem sombras nem véus, não sei. O que eu sei é que, ao trabalhar nele, pareciam revelar-me o meu segredo todas as pinceladas e todas as camadas de cores. Tive medo que outros viessem a saber da minha idolatria. Senti, Dorian, que me revelara demasiado, que pusera demasiado de mim nesse retrato.
(...)
Mesmo agora, não posso deixar de sentir que é um erro pensar que a paixão que se experimenta no acto da criação se vem a manifestar na obra criada. A arte é sempre mais abstracta do que julgamos. A forma e a cor falam-nos da forma e da cor, nada mais. Parece-me muitas vezes que a arte esconde muito mais o artista do que revela.»
in A Picture of Dorian Gray by Oscar Wild

strawberry swing .

They were sitting
They were talking in the strawberry swing
Everybody was for fighting
Wouldn't want to waste a thing

Cold, cold water
Bring me round
Now my feet won't touch the ground

Cold, cold water
What you say
When it's such
It's such a perfect day
It's such a perfect day...
- rita, não sei nada.
- sabes, sabes.
- rita, vou chumbar.
- não vais nada! Eu é que vou...
(silêncio)
- Nenhuma vai chumbar,pois não??
- Nós conseguimos! Nós temos de conseguir!
- pois... só queria ouvir isso.
- eu também.

in conversas telefónicas
- Nós, de Lisboa, ficamos perdidos quando vocês vão embora...
- Eu também sinto a tua falta.

in conversas telefónicas

terça-feira, 24 de junho de 2008

memórias "coldplayrianas"


Remeto ao ano de 2002. Foi nesse ano que após uma odiosa tentativa de não gostar daquilo que seria evidente (uma constante em mim!!), apaixonei-me por uma sonoridade britânica que até ao momento passaria um tanto despercebida. Confesso que a primeira vez que ouvi a “trouble” achei a música detestável e inquietante. Claro que tinha razão numa questão: era uma música inquietante. Uma música lindíssima que no mês de Abril de 2003 me faria sorrir, gritar e até comover-me (só um pedacinho) no primeiro concerto dos Coldplay no Pavilhão Atlântico. Foi uma noite incrível, que levou a minha voz à exaustão mas a minha satisfação à plenitude. Uma noite que não teria acontecido se não houvesse um novo álbum: The Rush of Blood to The Head. Seguiram-se dias constantes a trautear as músicas destes álbuns, de trás para a frente e de frente para trás. Tornaram-se uma escuta constante, uma banda-sonora de muitos momentos daquela idade tão confusa e instável: a adolescência.
Sendo quase impossível tentar salientar uma música, ficará para sempre marcada a “green eyes” (Rush of Blood to The Head) por vários motivos, vários sentimentos, mas apenas por uma só pessoa.
Correndo já para o ano de 2005, fui surpreendida pela chegada do terceiro álbum de originais “X and Y”. Reconheço que, dos três, foi aquele que menos esteve ligado ao meu percurso, mas nem assim deixei de ouvi-lo “over and over again”. Menos intenso, direi. Mas que me levou, uma vez mais, ao Pavilhão Atlântico (já era eu uma caloirinha de Santana!).
Talvez por varíadissimas e preponderantes razões, afastei-me dos Coldplay durante dois anos. Fizeram parte de uma história, rechearam situações, rechearam a minha imaginação durante algum tempo. Era altura de parar. No entanto, nada ficou esquecido. Apenas tinha de seguir.
Correndo mais um pouco e parando já no ano de 2008, mês de Junho, chegou a altura de “Viva la Vida”. Apostando em traços completamente inovadores, mas não esquecendo a sonoridade a que nos habituaram (exceptuando uma música onde não encontro nenhum elemento identificativo da minha banda de eleição!!!) e às magníficas letras que perpetuam e que nos fazem pensar, surgiu um novo álbum. Um novo álbum gravado no primeiro estúdio da banda, um estúdio que descendeu de uma antiga padaria. É, assim, intitulado de “Coldplay’s Bakery”.
Agora, de uma forma mais regrada, ouço as novas músicas. Estou à espera de perceber o que elas despertam, em cada dia. Ainda não me consegui decidir pela “favourite one”… é díficil. Sempre foi. Há coisas que não mudam, mesmo quando tudo está diferente.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

fado do estudante .

2005, Outubro, Noite Santana

Os novos caloirinhos juntam-se, bem divertidos, no já tão reconhecido aquário, para dar início a uma das noites mais longas e mais despertantes das suas vidas. No que parecia ser apenas mais uma noite de outono, acabaria por ser uma das mais relembradas de sempre. Seja pela aula fantasma, pela célebre frase "cornetos? só conheço o de morango!", seja pelo aproximar de querubins, pelo comer de "batatas com natas e bacalhau" (parece que o bacalhau tinha ficado todo na Noruega!!!), pelos gritos e canções obscenas constantes (pelo menos na opinião dos caloiros assexuados), pelas velinhas acesas, os sacos protectores, as voltinhas ao Sousa mais penosas de sempre, o baptismo bem encharcado de água e sono e muitas muitas coisas mais. No entanto, aquilo que talvez mais tenha despertado o interesse destes pequenos vermes com meio neurónio, foi o momento em que a tuna médica de lisboa se uniu ao grupo de dotores e veteranos (há quem dissesse que havia vampiros à solta...=P) para cantar uma das músicas mais célebres do filme "A Canção de Lisboa". Inicialmente, os desordeiros caloiros eram invadidos por espanto geral. Mas logo logo, as pobres criaturas aperceberam-se que aquela era a canção de Santana, o Fado do Estudante, o fado de todos nós. Em apenas alguns minutos, sentiam que estavam unidos em algo. Sentiam que faziam parte daquela família, faziam parte de Santana. Quer dizer, faziamos parte de Santana!

A relembrar, aproveitando a homenagem dos 50 anos da morte de Vasco Santana.

PS: sim, sim, eu era a caloira de jardineiras pretas e t-shirt azul! ah pois pois!!

lição de jardinagem...

O amor é como uma pequena planta silvestre que se instala atrevidamente no nosso jardim, depois vai crescendo e contagia todas as outras plantas que se deixam seduzir por todo o seu encanto e levemente vão descansar à sua sombra. Quando o sol raia nas traiçoeiras manhãs primaveris, eis que ela abre as suas pétalas e vê milhares de plantas iguais a ela, até parece que o próprio vento se rendeu ao seu encanto em cada vez que sopra ainda a torna mais bela. Quando chegam as frias chuvas do adiantado Outono, ela curva-se sobre o tronco e desliza suavemente até à raiz que já está preparada para a época que se avizinha, sabendo sempre que haverá dias de sol.
O amor não pode ser uma planta qualquer, tem de ser uma planta forte. Não pode ser uma erva daninha neste ou noutro jardim. As ervas daninhas não aguentam, umas murcham, outras morrem e as que ainda resistem são facilmente retiradas. O amor só pode ser estas plantas. Elas riem, falam, dormem e sofrem. As plantas choram. Tantas vezes elas fecham as suas pétalas despedaçando lágrimas para depois solta-las em pequenos pedaços só para que o pequeno jardim não fique triste ao vê-las chorar. Tal como o amor, estas plantas aparentemente transformam-se, uma vez abrem e brilham, depois fecham e murcham e por fim desaparecem...não se vê, mas estão lá.
Quando são brutalmente maltratadas ficam tristes, sem força, os seus corpos desvanecem sobre a terra, as suas almas são feridas em todo o seu ser. Quase se deixam morrer e ali ficam algum tempo. Depois regem, erguem-se e acabam por perdoar. E se for regada uma chuva mansa, os seus pequenos ramos abrem, o tronco enche-se e a raiz espalha-se como se nada tivesse acontecido. É nesse momento que o mundo pára para a ver. Quando alguém se aproxima, elas perfumam-se, ficam vaidosas sabendo que vão ser levadas com carinho e depois oferecidas com muito, muito amor.
"amor", teatro do montemuro

quarta-feira, 18 de junho de 2008

soul mates .


Carrie: I'd like to think that people have more than one soulmate.
Samantha: I agree! I've had hundreds!
Carrie: And you know what, if you miss one, along comes another one. Like cabs!


inspira . expira . inspira . expira ( ;
PS: é só preciso oxigenar o cérebro, right??
e esta é uma óptima maneira!

perfection .


Perfection is achieved, not when there is nothing more to add, but when there is nothing left to take away.


Antoine de Saint-Exupery

domingo, 15 de junho de 2008

change .

Change. we don’t like it, we fear it, but we can't stop it from coming. We either adapt to change or we get left behind. And it hurts to grow, anybody who tells you it doesn’t is lying. But here is the truth: the more things change, the more they stay the same. And sometimes, oh, sometimes change is good.
Oh, sometimes, change is ... everything.

sábado, 14 de junho de 2008

aforismos .

«A moderação pressupõe o prazer; a abstinência não. Por isso há mais abstémios do que moderados»

Lichtenberg, Aforismos

ética .

«Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti é um dos mais fundamentais princípios da ética. Mas seria igualmente justificado afirmar: tudo o que fizeres aos outros fa-lo-ás também a ti próprio»

Erich Fromm, Ética e Psicanálise

sexta-feira, 13 de junho de 2008

tempo . tempo . tempo . tempo . tempo . tempo . tempo . tempo . tempo . tempo .

past, present and future

"Some people believe that without history, our lives amount to nothing. At some point we all have to choose: do we fall back on what we know, or do we step forward to something new? It's hard not to be haunted by our past. Our history is what shapes us... what guides us. Our history resurfaces time after time after time. So we have to remember sometimes the most important history is the history we’re making today."

segunda-feira, 9 de junho de 2008

seaside .


do you want to go to the seaside?
definitivamente!!! ( ; *

excessos .

how do you know how much is too much?


too much too soon. too much information. too much fun. too much love, or too much to ask of someone? when is it all just too much for us to bear?


I guess too much is never enough .

quinta-feira, 5 de junho de 2008

dicionário malévolo .



«O vício corrige melhor do que a virtude. Suporta um vicioso e ganharás horror ao vício. Suporta um virtuoso e em breve odiarás toda a virtude.»


Tony Duvert, Dicionário Malévolo

quarta-feira, 4 de junho de 2008

dreaming .


"The fantasy is simple. Pleasure is good, and twice as much pleasure is better. That pain is bad, and no pain is better. But the reality is different. The reality is that pain is there to tell us something, and there's only so much pleasure we can take without getting a stomach ache. And maybe that's okay. Maybe...
Maybe some fantasies are only supposed to live in our dreams."